Caros amigos,
Por insistencia do Luis Mourao aqui estou tambem falando, ou antes escrevendo, para todos voces.
Primeiro um pequeno sumario do que foi a nossa vida depois da formutara em engenharia mecanica:
- 38 anos atras, no longinquo ano de 1972, e logo depois da viagem de fim de curso com varios de voces, comecei a trabalhar para a Cabinda Gulf na area de producao de petroleo. O Zequinha Frazao Pereira e o Mangueira seguiram os meus passos no ano seguinte. Ja trabalhava la desde alguns anos atras a Gracinha, futura esposa do Zequinha. Tambem estagiou e creio que trabalhou la o Martinho Ramos que devo confessar nao me recordava, ate que ele me mandou um mail lembrando-me do facto.
- Em 1973 casei-me com a Teresa Gomes que tinha andadao um ano em Medicina e depois se formou em Biologia
- Em 1974 sai de licenca da Cabinda Golf para a contra-gosto servir no Exercito Portugues. Durante a recruta em Nova Lisboa fizemos greve (coisa nunca vista) porque como Angolanos nao queriamos servir no Exercito Portugues! Nao queriamos era estar na tropa fosse la qual fosse, essa eh que era a verdade!
- Em fevereiro de 1975 retornei a Cabinda Gulf de onde me demiti em Agosto do mesmo ano para ir para o Brasil.
- Chegamos ao Rio de Janeiro a 7 de Setembro e ficamos la por uma semana tentando encontrar emprego e vendo os poucos dolares que tinhamos desaparecerem a alta velocidade. Por sorte tinha o telefone de uns tios que viviam em Sao Paulo e que tinham imigrado de Portugal para la 20-30 anos atras. Imediatamente insistiram que fossemos para casa deles e ai fomos nos, a Teresa, eu e a minha mae para o bairro do Tatuape na zona Leste de Sao Paulo.
- Depois de quase 2 meses de sair quase diariamente de autocarro ate ao centro ou Sul da cidade respondendo a anuncios, com um frio que nao estava habituado e em transportes publicos abarrotados, consegui uma oferta para ir para Salvador na Bahia, trabalhar na Dow Quimica do Brasil.
- No dia 1 de Novembro de 1975 la fui eu e a Teresa para, nas palavras dos meus tios, "a terra dos jaguncos e dos coroneis". Na ocasiao estava a passar no Brasil a novela "A Escrava Isaura" passado no estado da Bahia. Chegamos a noite ao aeroporto de Salvador que estava em obras, pegamos um taxi fusquinhae no caminho para o hotel, passando por Itapoan, vimos varios dos tais jaguncos, montados em mulas e com facoes enormes na cintura e pensamos "Onde nos viemos meter!!!!!". So depois de alguns dias na cidade percebemos que os tais jaguncos nao eram mais do que vendedores de coco. O facao eles usam para tirar a casca do coco verde para servir a deliciosa agua de coco e coco fresco!
- Em Salvadorja vivia o Angelo Batista de civil, casado com a Maria Luis, tambem de civil e o filhito Ricardo - Quico, de um ano de idade. Convidaram-nos para ficar no apartamento deles no condominio Julio Cesar, onde nas semanas seguintes ficou tambem o Jorge Lampeao, casado com a Maria Jose Benitesde civil e algumas semanas depois o Carlos Varela, de cicil, casado com a Ana Maria Varela de matematica. De notar que o apartamento tinha tres quartos que foram utilisados pelos tres primeiros casais a chegarem e sobrou o quarto de empregada para o Varela e a Ana. Cada casal comprou um colchao e compartilhavamos uma mesa de formica com banquinhos, uma televisao preto e branco e um velho Chevette cor de laranja, do Angelo. Passamos alguns meses juntos e felizes com a companhia desses velhos amigos de Luanda. Obrigado Angelo pela hospitalidade.
- Nos meses seguintes nos alugamos um outro apartamento no mesmo predio e no mesmo andar onde passamos a viver junto com a minha mae. O nosso lugar no apartamento do Angelo foi ocupado pelo Jose Luis Pocas, tambem de civil, casado com a Fernanda Benites de quimica. Nos meses seguintes, quando cada um de nos ja se sentia "rico", fomos alugando cada um o seu proprio apartamento. Poucos mesesdepois tambem emigraram para Salvador o Sergio Trino, mecanica, casado com a Maria de Lourdes Botelho de quimica.
Todos os fins de semana nos encontravamos para ir a praia, almocar e ou jantar juntos. Foram tempos de que temos otimas recordacoes dos amigos, da cidade e do extremamente simpatico povo baiano.
A historia continua no proximo episodio.
Americo Morais Cunha
Bem vindo amigo Cunha, desde a Flórida,
ResponderEliminarEstou ansioso pelos próximos capítulos.
Um abraço.
Jorge, o Grave
Óxente, rapaz Grave tá vivo, afinal!!
ResponderEliminarBem vindo, Morais Cunha! E continua a tua história.
Agora, ou vai ou racha! Ou estoura a caixa!!
Abração
Luís Mourão