Estimados Amigos, não foi pelo repto do "UNKNOWN", ao qual eu me recusaria a responder, por não ter a coragem de se identificar, além das incoerências nas afirmações que fez, em relação ao Jorge Grave, que também não mais escreveu, pois é um direito que lhe assiste, tanto mais, que muitos mais poderiam escrever e ainda não o fizeram!!!..
Mas devido ao repto do Mourão e à promessa que fiz, que continuaria, aqui vai, a prosa possível, sem os "estrangeirismos" do L. Mourão:
Antes de Maio de 1977,fui ao serviço da Sorefame a Santo António do Zaire (Sazaire), onde o domínio era, como é lógico da FNLA. O navio de cabotagem - transporte de passageiros KALUA, carregava milhares de refugiados que fugiam de Luanda, para as suas terras de origem, face a uma perseguição que infelizmente era uma realidade, nos musseques onde habitavam. Era quase uma “caça” ao homem.
Quando cheguei de avião (um Dakota), não havia sinais de MPLA, mas somente FNLA. O chão estava impregnado de cápsulas de balas! E eu inconscientemente com o meu cartão de membro do MPLA! Mais uma vez sobrevivi, graças a um anjo da guarda que me protegia!...
No dia 27 de Maio de 1977, deu-se o famoso e fracassado ”golpe Nito Alves”. Neste dia Angola ficou mais pobre de quadros, pois o assassinato de parte a parte foi uma verdadeira carnificina, tendo morrido entre outros, o Nito Alves, a Sita Vales, O Saidi Mingas, o Aires Machado (Minerva), entre muitos outros.
Eu como estrangeiro, lá fui sem saber de nada, do que se passou durante a madrugada, trabalhar para a Sorefame na Ilha de Luanda…. A vida continuou, sem grandes sobressaltos, pois a revolta (golpe de estado) foi esmagada, graças aos cubanos e russos???...
Em Agosto de 1977, embarquei na UTA, em 1.ª classe numa viagem, paga em kwanzas, rumo a Lisboa, com escalas em Libreville e em Paris – Charles de Gaulle – Orly. Depois de Lisboa, rumei a Amsterdão e depois a Londres, onde fiquei no mesmo hotel de 1973 ( WEST CENTRE HOTEL).
Após trânsito por Lisboa, rumei ao Rio de Janeiro e São Paulo, após escala no Recife. Viajei, na VARIG, na VASP e na CRUZEIRO, sempre em 1.ª classe, quando havia…
Em São Paulo reencontrei o Brito Cardoso e a mulher e vi a sua 1.ª filha, Magda. Também nos juntámos ao Dâmaso e ao Mourão, residentes, na célebre Rua Augusta, já falada.
No RIO DE JANEIRO, estive em casa do irmão do Jorge Grave, o “saudoso” José, que foi um cicerone e anfitrião impecável, com toda a sua família.
Estava eu na Av. Rio Branco, 16 de Agosto de 1977, quando se soube da notícia da morte do “rei”, Elvis Presley. Datas e momentos, que ficaram na memória…..
Regressei a Luanda, após passagem mais pacífica, pela Cova da Piedade, onde residiam os meus pais, que insistiam para eu regressar, são e salvo….
A 3.ª crónica envolve uma história verídica, em que um alemão, da fazenda MUINGE, perto do Calulo, perdeu a mulher e o filho mais novo, num assassinato, que ficou registado na revista alemã STERN e que também teve cobertura da televisão alemã!!! (isto antes da "morte" do camarada Agostinho Neto).
Um abraço e até à proxima crónica.
Cabral, Cabral...!!
ResponderEliminarTentando enrolar os incautos, falando que "a minha prosa é ruim, não sei escrever...", tudo conversa mole pra boi dormir!
Tú é, é bão demais, sô!!
Vai em frente, a peteca agora tá do teu lado!
Muita pena que ninguém mais liga prá gente, mas pelo menos nós os dois vamos manter vivo este "blog", enquanto pudermos, em homenagem ao Grave!
Grande Abraço
Devagar e Sempre
Caro compadre
ResponderEliminarDei uma ajudinha visual à tua bela crónica para se recordarem do era um Dakota e para termos na memória as caras dos camaradas mais sonantes que perderam a vida nesse fatídico 27 de Maio de 1977.
Espero que te não zangues.
Jorge, o Grave