Casa dos Rapazes do Huambo |
Em 1970 organizamos uma garraiada e digo "organizamos" porque entramos também eu e o meu falecido irmão, o José Grave, de Civil. Já nem me lembro quem eram os outros.
Sei que o dinheiro era para dividir por uma catrefa de "organizações", parte para a nossa viagem de fim de curso e também uma parte era para as "Casas dos Rapazes" espalhadas por Angola.
Fiz os cartazes e até plagiei no desenho central um boneco do Asterix, aprendi no Colégio de Nun'Álvares, em Tomar que todos os participantes deveriam ser tratados por "el" associado a uma alcunha ou a algo de que eles não gostasse, planeamos os números, fiz a minha roupa de sacos e vesti-me a preceito para a grande festa.
Vista do 7º andar ao fundo o futuro hotel Presidente |
Os meus pais andavam a povoar Angola, na Junta Provincial de Povoamento e os 3 mil escudos mensais não dava para ter galifões a estudar e à boa vida. Fui professor do curso nocturno no Liceu Paulo Dias de Novais, estudava de dia e morava no" prédio das putas" no 7ºB da rua Direita, ao pé do Matadouro, um T0 para os 3 irmãos, decorado pelo meu pai com canos da água e cortinados. Eu era o cozinheiro, onde nunca faltava um caldeirão de sopa de entulho,prática corrente com os meus tios da Serra de Santo António que os meus vizinhos do 7ºA, os Diamangs, os Canhões Velosos, o Fláu, o Márocas, o Bastos, muitas vezes iam petiscar.
A Garraiada foi um sucesso, como comprovam as fotos. Em quase todas aparece uma avantesma de colete preto, destemido, de quem muito se esperava no mundo taurino mas que acabou se contentar só com um mísero curso de engenharia mecânica. Ele é "el Tavares"!
Cortesias |
Uma pequena fatia da maquia ficou na casa dos 3 rapazes do 7º B.
Jorge, "o Grave"
A arte tauromática do Tavares |
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